Uma simples conversa pode evitar desgastes e acelerar conquistas

Todo mundo tem um projeto de família. Este projeto inclui pessoas, festas, cerimônias, orçamentos, lugar de moradia, forma de obter sustento, e muitas outras coisas.

Normalmente, os seres humanos reproduzem muitos dos aspectos das famílias de onde vieram. As novas famílias em formação tendem a ser parecidas com as anteriores e assim sucessivamente. Aliás, quanto mais as pessoas rejeitam as formas de famílias de onde vieram, mais tendem a reproduzir estas formas. O ideal é trazer das famílias anteriores o que elas têm de melhor e não reproduzir as coisas que não são mais adequadas ou certas.

Porém, o importante é saber que este projeto existe, expresso ou velado, mas existe. Pois inevitavelmente, quando as pessoas se casam, elas iniciam um projeto. 

Qual será o tamanho da família?

Ter ou não ter filhos faz parte deste projeto. A quantidade de filhos também. É natural que quando duas pessoas se unem, conversem sobre isso. Se um quer muito ter filho e o outro não quer, isso deve ser conversado para que as expectativas estejam bem próximas da realidade. Difícil um casamento durar se uma mulher tem vontade de ter cinco filhos e depois de um tempo de casamento, o homem faz vasectomia sem consultá-la a respeito.

Objetivos financeiros

Difícil também se um quer ter casa, carro, viajar para o exterior, e o outro só quer ter o mínimo para a sobrevivência. Impossível fica um casamento onde um homem acha que o papel da mulher é ficar em casa e cuidar dos filhos e a mulher não pensa assim, quer ter filhos, mas quer também trabalhar fora, ajudar no sustento da casa, ter seu próprio dinheiro.

Criar raízes ou explorar

Complicado também um casamento ir adiante se ele quer ficar morando na cidade onde sempre morou, enquanto a mulher quer e vislumbra trabalhar fora do país como forma essencial da sua vida .

Divergências vão existir – e cansaço também

Há incompatibilidade de projeto quando tudo isso acontece. E se o projeto não estiver alinhado na família, pode gerar muito sofrimento.

Por isso, é fundamental que as partes mais importantes deste projeto de família sejam conversadas e alinhadas. Pode haver divergência, sim, lógico. Mas não no que é essencial. E as pessoas decidem também o que é essencial para elas.

Mas por mais bonito que seja o projeto de família, por mais comprometidas que as pessoas possam estar com ele, pode haver o momento do cansaço. As pessoas da família podem se cansar umas das outras, querer ter momentos mais individuais, mais privados, enfim, ter uma vida mais individual do que coletiva, sem ninguém para dar palpite, nem fiscalizando se fez ou não aquilo, se pagou ou não aquela conta.

Há momento que isso acontece sim, nas melhores famílias. E, nesta hora, se o cansaço for muito grande, a família pode ficar em perigo! A solução é o descanso temporário. Descansar um final de semana, ou uma semana inteira. Se a coisa estiver muito feia, descansar um mês que seja, mas nunca, nunca, desistir do projeto da família.

Poder ser que o descanso não resolva. Então talvez seja melhor mudar o projeto, alterar aquele pedaço que está incomodando que está colocando em risco todo o projeto. Enfim, descansar ou mudar, mas nunca desistir.

É como uma caminhada longa, de toda uma vida, que as pessoas podem parar, descansar, andar mais rápido ou mais devagar, mas nunca desistir.

Com filhos, desistir não é uma opção

O comprometimento com o projeto de família faz com que as pessoas não desistam do projeto. Primeiro porque, quando há filhos, a desistência não é uma opção. Mesmo quando elas desistem, por meio do divórcio, do casamento, não é possível desistir da paternidade nem da maternidade. Elas são para sempre! Criar, educar, conviver com filhos física, mental ou espiritualmente, é algo que nunca acaba.

Quem tem filhos e não os aceita, seja porque brigou com a pessoa (com quem os fez) seja por qualquer outra razão, causa muito sofrimento para si e para a família também. Mesmo quando eles crescem e se tornam independentes. Essa relação é para sempre. Os papéis mudam, as relações também, mas a ligação não acaba. E, por isso, o comprometimento com a família é fundamental para que as pessoas não pulem do barco coletivo buscando um barco individual.

Cuide do sonho de todos

Mantenham-se juntas, remando em harmonia, para que a família vá bem. Cuidar do individuo é importante também, mas quando se tem família, o coletivo é mais importante. Pais individualistas fazem filhos individualistas. E na hora da doença ou da velhice essa conta vem. E é cara.

É natural também que dentro de uma família haja aqueles que pensam mais no coletivo do que no indivíduo. Há os que pensam mais em “nós” e os que pensam mais em “eu”. Isso é comum. Mas é importante que todos estejam, ainda que uns mais do que os outros, comprometidos com o projeto de família. Afinal, o projeto uniu aquelas pessoas e compreende os eventos mais importantes da vida: nascimento, crescimento, envelhecimento e morte.