O respeito não é um sentimento inato no ser humano. Por mais importante que seja ele não está na origem da espécie, como nosso instinto de preservação pessoal e da espécie. Ao contrário, ele foi e é adquirido.
As pessoas não nascem com esse sentimento. Elas vão adquiri-lo. O respeito é um sentimento que nos impede de fazer ou dizer coisas desagradáveis a alguém. É sentir apreço ou consideração e ter deferência por alguém.
É também o sentimento de obediência, de submissão e acatamento, e estes mais associados ao receio, o temor e o medo. Pelo menos é assim que os dicionaristas tratam essa palavra: respeito. E há também o entendimento do sentido como o de honrar e venerar.
Respeito como atitude
Na conceituação dessa palavra – e parece ser claro para todos – que o respeito não é apenas um sentimento, algo apenas interior. É um sentimento que leva a pessoa que o tem a adotar ações, condutas ou comportamentos que o exteriorizam. Respeito se tem por algo ou alguém, seja concreto ou abstrato. E, na prática, essa palavra está no verbo respeitar.
Nos dias atuais o substantivo e o verbo – respeito, respeitar – parecem estar na moda, em inúmeras narrativas, discursos, declarações, e nos papos do cotidiano. Mas estaria tão presente nas atitudes? Ou usá-las é mero recurso para impressionar e ficar na moda, como decorrência da valorização das diversidades sociais?
O respeito vem de longe
Mas o conceito de respeito como valor social não é algo contemporâneo. Há mais de cinco mil anos profetas e evangelistas já o registravam em seus livros. Segundo a tradição, antes mesmo dos judeus pisarem na Terra Santa, já eram alertados: “Tire as sandálias dos pés, pois o lugar em que você está é terra santa”, foi a ordem de respeito dada (em Êxodo 3:5).
E Pedro ensinava: “Tratem a todos com o devido respeito: amem os irmãos, temam a Deus e honrem o rei.” E o respeito aos mais velhos já era ordenado: “Levantem-se na presença dos idosos, honrem os anciãos, temam o seu Deus… (Levítico 19:32).
E na família, o respeito era assim recomendado: “Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor, pois isso é justo. “Honra teu pai e tua mãe” – este é o primeiro mandamento com promessa – “para que tudo te corra bem e tenhas longa vida sobre a terra” (Efésios 6:1-3)
O respeito foi objeto também da Filosofia. Segundo a tradição, Sócrates – condenado pelo governo à pena de desterro ou morte preferiu ser envenenado ingerindo cicuta (um poderoso veneno), e se recusou ser salvo por seus discípulos argumentando que fugir seria uma aceitação de culpa – que ele negara – e contrariar o respeito que ele ensinara.
Respeito x tolerância
Em muitas oportunidades podemos ver que o estudo do conceito de respeito foi justaposto ao conceito de tolerância, como sendo uma simbiose um do outro.
Entretanto, alguns contrariam esse entendimento considerando que “comparada com o respeito, a tolerância não passa de um valor de resistência, o qual não pode deixar de ocupar uma posição subordinada ao respeito” (1). Um raciocínio bastante elucidativo é o que trata dos excessos.
O excesso de tolerância é inegavelmente algo mau, é algo negativo. Já o excesso de respeito nunca é negativo.
Respeito não é passivo
Nesse sentido, o respeito implica em uma elaboração racional, é um sentimento dedicado a uma pessoa ou entidade (por exemplo, um governo, uma nação, uma instituição política ou religiosa e outras), mas ao mesmo tempo implica em conduta, ou seja, comportamento e ações da pessoa que respeita. Não é apenas sentimento interior e passivo.
O respeito é algo gratuito e desprovido de causa, porque o respeito é a consideração que se tem pelas “reconhecidas qualidades do respeitado”. Podemos considerar o respeito um valor moral e, portanto, sujeito aos aspectos culturais de cada sociedade ou até mesmo de grupos sociais.
Respeito é importante para a sociedade
Mas voltando à essência: o respeito não sendo inato é adquirido. E sendo um valor moral implica no “dever” dos indivíduos se comportarem em sociedade segundo seus preceitos.
O filósofo Immanuel Kant formulou o conceito do imperativo categórico, segundo o qual é o dever de toda pessoa agir conforme princípios que seriam benéficos caso fossem seguidos por todos os seres humanos, e que as decisões de cada um seriam sempre um ato moral por afetarem outras pessoas, sem agredir, ferir ou afetar – negativamente – as outras pessoas.
Kant considera que o ser humano não age moralmente por natureza. E o respeito como valor moral precisa ser ensinado. E aí, você consegue lembrar de momentos na sua vida que te ensinaram o que é o respeito, e como agir respeitosamente?
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