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Como resolver ou evitar o ressentimento (e preservar as relações familiares)

Já falamos um pouco sobre como o ressentimento, e como ele pode ser desproporcional à ofensa que o causou e até se transformar em rancor. Por conta disso, as ações de quem guarda o ressentimento podem ser exageradas e ter consequências graves. Agora vamos falar sobre um pouco mais sobre como evitar ou curar um ressentimento, bebendo da fonte das antigas filosofias ou religiões.

Já falamos um pouco sobre como o ressentimento, e como ele pode ser desproporcional à ofensa que o causou e até se transformar em rancor. Por conta disso, as ações de quem guarda o ressentimento podem ser exageradas e ter consequências graves.

Agora vamos falar sobre um pouco mais sobre como evitar ou curar um ressentimento, bebendo da fonte das antigas filosofias ou religiões.

A lição de Buda sobre o ressentimento

Segundo uma lenda, uma vez um homem se aproximou de Buda e, sem dizer nada, cuspiu em seu rosto. Seus discípulos ficaram muito bravos. Um deles pediu a Buda: “Dê-me permissão para dar a este homem o que ele merece.” Buda, calmamente, se enxugou e respondeu: “Não. Eu irei falar com ele”.

E com um sinal de reverência Buda falou para o homem: “Obrigado. Com seu gesto, você permitiu que eu visse que a raiva me abandonou. Estou extremamente agradecido. Seu gesto também mostrou que os meus discípulos ainda são assaltados pela raiva. Obrigado! Somos muito gratos”.

É claro que não somos monges e, na maioria das vezes, não estamos tão zen. Mas vale a pena pensar um pouco. Não é só o Budismo que tem ensinamentos sobre as ofensas e o afastamento do ódio pela temperança, ou seja, o perdão.

O ressentimento na bíblia

É muito conhecida a história cristã do fato de Maria Madalena, pelo crime de adultério, ter sido condenada à morte por apedrejamento. Quando o povo estava pronto para executá-la atirando as pedras, quiseram saber a opinião de Jesus, que estava presente.

Se Jesus optasse pela condenação estaria contrariando a Lei Romana, e se optasse pela absolvição estaria contrariando a Lei Judaica. Com sua grande sabedoria, Jesus teria então dito ao povo: “Quem dentre vós não tiver pecado, que atire a primeira pedra”.

Mais do que salvar uma vida – o que já seria muito – esta parábola nos dá mais que um ensinamento religioso. É um ensinamento ético-moral, de sabedoria sobre leis justiça e o perdão.

Devemos perdoar sempre?

E por falar em parábolas cristãs, há também aquela em que Pedro perguntou a Jesus quantas vezes teria de perdoar o irmão que pecasse contra ele: “até sete vezes?” perguntou.   E ouviu a resposta “Eu digo a você: não até sete, mas até setenta vezes sete!”, demonstrando que o número em si não é importante, ele é meramente simbólico.

Da mesma forma, o perdão não é racional como a matemática, e nem necessariamente está preso às regras e leis. Perdoar é uma atitude movida pelo espírito do perdão, sendo assim, poderá haver disposição de perdoar tantas vezes quanto o arrependimento se apresentar.

A lei judaica ensina a colocar limites

Entretanto, não deve se confundir o perdão com o excesso de tolerância. A reflexão sobre o perdão e a sua reiteração vem de muito tempo atrás e já foram expressos na mais antiga Lei Judaica: “Quem diz que cometeu pecado e se arrepende, será perdoado em até três vezes, e não mais que isso”. Sendo assim, o que importa é o sentido e o benefício do perdão.

O perdão é tão importante que o Judaísmo tem até um dia do ano exclusivamente dedicado ele. Todos já ouviram falar do “yon kipur”, o dia de arrependimento para todos, para o indivíduo e para a comunidade. É o tempo do perdão… (ou o tempo para o perdão).

O ressentimento na sociedade e nas famílias

Se por tantos séculos civilizações tão distantes têm a mesma sabedoria sobre o malefício do ressentimento e a valorização do perdão, estariam elas tão erradas? Já pensou quantas lutas, quantas guerras e mortes poderiam ser evitadas se simplesmente não houvesse ressentimento e sim perdão?

Você certamente já viu quanto ressentimento pode ocorrer nas famílias. Em todas as famílias, na sua própria família e até mesmo com você. Já deve ter testemunhado o quanto o ressentimento é capaz de afastar familiares. Até mesmo pais, filhos, irmãos, cunhados, netos e avós acabam se afastando por conta do ressentimento.

Muito provavelmente se tivessem melhor conhecimento desse mecanismo psicológico entre a ofensa e o ressentimento, as coisas poderiam ser diferentes. E ainda, se tivessem refletido melhor, se vissem as coisas sob uma ótica menos individualista e que considerassem o perdão não como excesso tolerância, mas como um lenitivo para o mal do ressentimento, este sentimento poderia ter sido reduzido, senão eliminado.  E não teria havido tantos rompimentos e afastamentos entre familiares.

Sem dúvida, o ressentimento é um dos maiores causadores do distanciamento entre familiares, e dos rompimentos definitivos. Muitas vezes por coisas bobas, por entendimentos incorretos, por circunstâncias ignoradas, má interpretação de palavras, enfim, desentendimentos absolutamente normais nas relações humanas geram um ressentimento desproporcional.

Ressentimento tem cura

Pare um pouquinho para pensar: se você tem algum ressentimento com alguém – e isso certamente lhe faz mal – não seria bem melhor curá-lo? Eliminá-lo? Reduzi-lo?

O ressentimento não é um mal incurável. Se você procurar conversar com a pessoa que lhe ofendeu, mas com o espírito desarmado e a disposição de perdoar, e procurar esclarecer as circunstâncias e as palavras ditas, na maioria das vezes o ressentimento diminui ou é superado.

Da mesma forma, será surpreendente o número de vezes em que, ao procurar esclarecer uma situação, verá que o outro não tinha a dimensão do que provocou ou não queria dizer o que disse.  Mesmo que não funcione de primeira, talvez seja interessante se afastar um pouco para melhorar as condições de reaproximação e dar a chance para uma segunda tentativa.

A tolerância e o perdão precisam estar presentes juntamente com o respeito, o amor, o afeto e os outros sentimentos que criam e sustentam as famílias. É através da tolerância e o perdão que se evitam as crises, afastamentos e o rompimento.

Na família, a tolerância é mais sábia do que a rigidez. A tolerância, sem excesso, não destrói famílias. Mas rigidez em excesso destrói.

Se isto tudo não lhe convenceu, seja egoísta, pense em você mesmo: pare de curtir seus ressentimentos e se sentirá muito melhor.

A família agradece.

O ressentimento é um dos  18 pilares que utilizamos para analisar a saúde de uma família. Lembrando que nossa análise não busca a perfeição: nós acreditamos que não existe família perfeita e que essa é uma ideia contraproducente baseada em nossas crenças.  Uma Família Nota 7 está indo muito bem!

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