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Chefe de família, um papel compartilhado

Por Paulo Korte

A decisão de ficar junto, em família, envolve uma distribuição de poder. Liberdade é uma sensação de poder. E há vários tipos de liberdade.

De bem com suas liberdades

A liberdade financeira, representada pela quantidade de recursos que uma pessoa tem. Liberdade sexual, representada pela opção das pessoas se relacionarem sexualmente com outras, desejarem e serem desejadas. Liberdade de expressão relacionada ao poder da pessoa expressar-se verbalmente, colocando suas opiniões, ideias e indignações. Liberdade espiritual ligada à sensação de poder da alma. Liberdade legal determinada pela legislação do lugar e do tempo em que a pessoa se encontra. E, além destas, há muitos outros tipos de liberdade.

Quando uma pessoa se une a outra para formar uma família, ocorre a diminuição de uma liberdade (poder) para aumentar outra liberdade, outro poder. Abre-se mão de uma coisa, para ganhar outra. As coisas na geladeira normalmente são comuns dentro da família. Os espaços da casa também. Pode haver espaços particulares, como a cama, o quarto, um guarda-roupas e objetos pessoais de uso exclusivo de um ou de outro. A conta corrente onde a família recebe os recursos, pode ser comum ou particular. Um pode pagar uma conta e o outro outra.

Há uma necessidade de divisão de tarefas e responsabilidade com as pessoas que moram juntas. Quando a distribuição de poder está bem definida e as pessoas aceitam aquela distribuição não há ponto de colisão de poder.

Decidir em conjunto ou individualmente?

Porém, há momentos em que o poder de um limita o poder de outro. Uma mãe e um pai estão cansados e querem dormir, mas em seguida, o filho chora porque está com febre. Natural que, com o desejo de cuidar, os pais levantem e atendam o filho enfermo, embora estejam com sono e com vontade de dormir. A filha adolescente quer ir em uma boate só para adultos. Os pais discordam do desejo dela e impedem-na de ir. Há um conflito entre o desejo de um e o desejo de outro. O pai quer ir jogar futebol com os amigos à noite, mas a esposa quer que ele fique em casa para ver um filme com ela ou fazer companhia. Ou ela quer sair com as amigas e ele gostaria de ir ao cinema só os dois. Outro choque de poder. Um quer economizar para comprar um carro, o outro quer viajar porque acha que a família está precisando ficar junta, é mais um exemplo de discordância de desejo. Um quer pintar a casa de amarelo, outro de laranja.

As soluções destas questões passam por uma distribuição de poder, decisões que são tomadas em conjunto e decisões que são tomadas individualmente. É natural que com a família em formação, ainda imatura, estes poderes vivam em choque. Mas, com o passar do tempo, o amadurecimento da família faz com que os poderes se encaixem e os membros saibam o que é melhor para ela.

Onde acaba o seu poder?

Mas mesmo nas famílias mais maduras, há sempre mudança. Um pode ficar doente, o outro pode falecer, um pode perder o desejo sexual pelo outro, enfim, questões que envolvem novas adaptações de poder. Além disso, quando os filhos saem de casa e vão construir suas próprias famílias pequenas, nas suas casas, devem buscar naturalmente sua autonomia e com isso serem respeitados em suas próprias casas.

Há muito conflito nas famílias quando o pai ou uma mãe querem interferir na casa do filho ou da filha adultos, ou seja, tentando estender um poder que tinham quando eles moravam juntos. Ao mesmo tempo, os filhos, embora adultos, podem depender dos pais financeira ou emocionalmente, e com isso, podem desejar terem coisas, sem que sejam limitados em seu poder e em sua autonomia.

Os papéis estão bem distribuídos na sua família?

O caminho do dinheiro e o caminho do amor mostram muito a forma como o poder está distribuído na casa. A relação com os idosos também evidencia a metamorfose nas relações de poder dentro de uma família. Eles precisam manter o protagonismo mesmo não sendo mais os provedores materiais da família.

Enfim, importante que a família identifique os dons de cada um, e que cada um possa exercê-lo na amplitude necessária de seu poder para a sua realização pessoal e com isso, realização da própria família. É lindo ver uma família onde cada um sabe o seu papel e o exerce com alegria e amor.

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