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Família: Muros Móveis

Há um ditado antigo que diz: “bons muros fazem bons vizinhos”. Em uma família em que mora todos na mesma casa, embora os muros sejam menos visíveis, eles existem. A escova de dente, a toalha de banho, a cama, o travesseiro, o computador, o celular, a roupa íntima, são objetos que ajudam a definir o espaço físico privado do outro. Além deste espaço físico há o espaço mental.
É nesse lugar que a pessoa tem o potencial de ser quem ela realmente é, onde ela se sente segura e respeitada. Onde estão estabelecidos os seus muros e onde ela respeita os muros das outras pessoas da família.
No dia a dia da família é natural um invadir o espaço do outro. Entrou no chuveiro e viu apenas a toalha do irmão ou da irmã, ou do pai ou da mãe pendurada, é uma hora em que o espaço do outro é invadido, e o muro se movimenta. Ninguém gosta de pegar uma toalha molhada depois do banho…Mas, de vez em quando, isso acontece dentro da família.
E isso é tolerável porque os muros são móveis, ora para lá, ora para cá. Mas, embora maleáveis, esses muros não podem invadir o que é sagrado para cada pessoa, seu centro de poder, onde emana a sua vontade de viver, de fazer as coisas, de se sentir útil, de criar. Quando isso acontece, tristemente a pessoa vira um objeto manuseado por outra, o que é extremamente prejudicial para todos. Embora seja natural que as pessoas queiram aumentar seu poder no espaço a sua volta, também é natural que todos se façam respeitar dentro do que lhe seja essencial para viver.
Assim, embora os muros sejam móveis em uma família é importante que eles nunca invadam a essência de cada um. E se essa essência está na escova de dentes, na toalha, na sexualidade, na escolha da profissão ou do companheiro ou companheira da vida, é uma opção individual de cada membro da família e deve ser respeitada para que a família possa ir bem.

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